A pandemia e alguns de seus reflexos no Brasil

Depois de tomamos conhecimento da chegada de um terrível vírus altamente contagioso, em nosso território brasileiro, que fora classificado como sendo o COVID-19, tendo em vista que a junção de suas letras o identificam, como sendo: Co – Corona, Vi – Vírus, D – Doença e o número 19, faz referência ao ano de seu surgimento ou de sua descoberta. Passamos, de forma muito rápida, a testemunhar alguns de seus desdobramentos logo depois do anúncio de sua chegada por aqui. Fomos informados acerca do perigo que estávamos correndo, em especial, as pessoas que se encontravam na faixa etária dos sessenta anos de idade e acima. E estas informações nos eram passadas por autoridades públicas e sanitárias de nosso País. Nos disseram também, sobre o agravamento do contágio deste vírus, caso as pessoas com estas idades, tivessem algum tipo de comorbidade, isto é, se já tivessem outro tipo de doença.   

E a medida que os dias e os meses foram passando, víamos o agravamento da situação e bem pertinho de nós, haja vista que as informações jornalísticas, tanto aquelas transmitidas pelas emissoras de rádio ou televisão, além das várias redes sociais, davam-nos conta, de que os números de pessoas contaminadas, parecia com uma progressão geométrica crescente. E que, em pouco tempo, começaram a surgir muitos e muitos óbitos e em várias regiões brasileiras. Pouco tempo depois destas notícias, outras fontes de comunicação, informavam quem nem todas as mortes, tinham sido provocadas pelo COVID-19. Em outras palavras, autoridades políticas e públicas, aproveitaram-se da catástrofe e calamidade humano social, para se beneficiarem, tendo em vista que muitas e muitas verbas federais, liberadas pelos órgãos competentes federais e com a aprovação da Presidência da República. 

Esses “pseudos” profissionais e (políticos e públicos) ditos, representantes do povo, obrigaram aos médicos legistas, inserir no Atestado de Óbito como se a causa mortis fosse o Coronavirus. Dito com outras palavras, atestavam uma inverdade. E o pior, além de enganados, muitas e muitas famílias, não puderam fazer um sepultamento digno para o seu ente querido. Muitos destes “pilantras” e inescrupulosos, que já ostentam uma fonte de riqueza “duvidável”, com a Pandemia, viram e colocarem em prática a oportunidade de ficaram muito mais bilionários. E ficaram mesmo!!! 

Outra coisa que foi muito ventilada pelas autoridades públicas e sanitárias do Brasil, desde o início de seu ingresso no território brasileiro, voltou-se para a advertência do uso de máscaras, da lavagem frequente das mãos com água e sabão, do uso continuo do álcool em gel ou na solução de 70% (setenta por cento) e, principalmente, para aqueles que pudessem, manter-se em isolamento social (em casa). Ou, pelo menos, evitassem permanecer em meio a aglomerações. 

Vale lembrar, que mesmo com estes alertas e tantas outras recomendações, confirmava-se o aumento diário de muito mais vítimas fatais. E muitas pessoas ignoraram tais advertências e, infelizmente, pagaram um preço muito caro por isso. O preço de sua própria morte ou de pessoas muito próximas! Nossa intenção ao escrever este artigo, pautou-se em apresentar alguns resultados que ocorreram no transcorrer dos três anos de atuação deste maldito vírus, propagando-se vertiginosamente em nossa sociedade. Como foram muitas as áreas sociais afetadas, iremos nos ater apenas a algumas delas, quais sejam: o aumento do trabalho na modalidade de home office, a abertura de muitas microempresas individuais (MEI) e a diversidade de cursos de graduação na modalidade à distância (EaD). Em contrapartida, ocorreu o aumento do uso e consumo de drogas (lícitas e ilícitas), mas principalmente de ingestão alcoólica. Além do aumento da separação e do divórcio entre os casais e, para encerrarmos, aumentou-se significativamente, a agressividade contra a mulher. 

 

Desenvolvimento

Portanto, além da calamidade fatal que este vírus ocasionou em todo o Brasil e em boa parte de Países no mundo, outros comprometimentos aconteceram em decorrência de seu ingresso no território brasileiro. Passaremos a apresentar os resultados dos quais destacamos acima, como sendo pela atuação contagiosa direta do Coronavirus; são eles: 

1. O Trabalho na Modalidade Home Office:

 

No ano de 2021, o número de empresas que iniciaram ou incrementaram a atividade laborativa por meio do home office, aumentou para 13 em cada 100 empresas. Esta nova forma de prestação de serviço ao público, trouxe uma satisfação geral que chegou a 81% (oitenta e um por cento), isso se considerarmos na mesma medida ou mais produtivos que em 2021. No ano anterior, em 2020, os números percentuais chegaram a 73% (setenta e três por cento). E a intenção de continuar em home office após a pandemia, passou de 70% para 78% (setenta e oito por cento) de um ano para o outro. 

Embora muitas empresas ainda resistem a esta nova modalidade de prestação de serviço por seus funcionários, o fato é que o home office é uma tendência para um futuro próximo. Por isso, é preciso debater em como inserir e ampliar esse modelo de relação de trabalho na empresa: Se é bom para o trabalhador e por qual motivo? Se também é bom para a empresa, isto se deve por quê? E levar estas questões para a reunião, para debaterem como podem melhorar as condições de trabalho e acerca dos direitos dos trabalhadores. Se faz necessário por parte dos empresários, debater sobre este tema com seus funcionários, procurando saber acerca se há algum interesse da parte deles. Após isso, partir para a nova prática laborativa.

 

2. Abertura de Microempresa Individual (MEI):

 

A existência dos MEIs e pessoas jurídicas, já era uma realidade crescente no país nos últimos anos, mas nada se compara ao aumento visto durante o ano de 2020. Muitas empresas faliram e muitas pessoas ficaram desempregadas, devido às restrições necessárias para combater a pandemia. Dessa forma, o poder aquisitivo e as oportunidades diminuíram drasticamente, trazendo um novo cenário para o então empregado que precisou se reinventar. Uma prova dessa reinvenção foi que, em 2020, o número de registros de MEIs teve um aumento de 6% (seis por cento), em comparação com o ano de 2019. Este crescimento, contabilizou o montante de 2,6 milhões, de acordo com a pesquisa feita pelo Ministério da Economia. 

Com o registro do Microempreendedor Individual o indivíduo adquiri o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), podendo abrir sua própria empresa ou ser prestador de serviço para empresa de terceiros. Com esse registro é possível ter facilidade de empréstimos para negócios, abertura de contas bancárias e emissão de notas fiscais. 

Essas facilidades por si só, já justificam uma certa atração para a saída do mercado informal e passar a ser uma pessoa jurídica. Em outras palavras, abrir a sua própria empresa. Mas outros fatores também colaboraram durante o ano de 2020. Hoje, essas pessoas enxergam na abertura do MEI uma maneira de fortalecer o seu negócio, que até então, só poderia ser informal, mas agora ganha força e oportunidades para se desenvolver.   

 

3. Os Cursos Superiores na Modalidade EaD:

 

O primeiro ano de pandemia no Brasil, fez as matrículas do ensino superior na modalidade de Ensino à Distância (EaD), aumentar 7,7 pontos percentuais do ano de 2019 para o ano de 2020. O que representa um salto de 19,1% (dezenove virgula um por cento) para 26,8% (vinte e seis virgula oito por cento). Até o mês de junho do ano de 2021, o estudo apurou que houve um crescimento de 9,8% (nove vírgula oito por cento),  no número de matrículas para os cursos EaD, enquanto as matrículas para cursos presenciais haviam caído de 8,9% (oito virgula nove por cento),  em comparação com o primeiro semestre do ano de 2020. 

A utilização da modalidade de Ensino a Distância (EaD), durante o transcorrer da pandemia, foi de fundamental importância para dar continuidade em algumas atividades, como também apresentar uma possibilidade de manutenção do afastamento social em tempos de pandemia. Um dos motivos que faz com que os alunos optem pelo ensino a distância, refere-se no menor valor das mensalidades dos cursos nessa modalidade. Além disso, para conseguir entrar numa faculdade pública, existe o vestibular, que exclui muitas pessoas. Por isso, muitos escolhem o ensino EAD. 

Fizemos questão de apresentar primeiramente resultados positivos, sob a nossa ótica, como sendo uma circunstância inovadora que surgiu diante de uma grande calamidade social. No trabalho em home office, houve aumento da produtividade dos funcionários e, simultaneamente, a diminuição dos gastos com os meios de transportes, para o deslocamento dos mesmos. Além de outros benefícios para a empresa como também para seus funcionários. 

O aumento da Microempresa Individual (MEI), trouxe uma nova oportunidade para o trabalhador informal, isto é, aquele que trabalhava por conta própria, mas de certa forma “ilegal”.  Podemos dizer, para ficar melhor, trabalhava sem a segurança necessária para o exercício de sua profissão, correndo sérios riscos. No tocante ao incremento da Educação ou do ensino a Distância (EaD), sabe-se que não há consenso acerca do nível de aprendizado que é oferecido para os alunos, mas veio, de certo modo, trazer algumas facilidades para ambas as partes, ou seja, por parte dos alunos como também da instituição de ensino. 

Como nem tudo em nossas vidas são flores, vimos também vários resultados surpreendentes, nocivos e fatais, que foram trazidos com esta doença viral maldita. Entre eles, o aumento do consumo de drogas, principalmente as ditas ou consideradas legais: as bebidas alcoólicas (destiladas ou fermentadas), o tabaco e seus derivados e os remédios ou medicamentos em geral. Outros setores também foram afetados, como o aumento da separação e do divórcio, da agressão contra as mulheres e muitas mortes. 

 

4. Aumento do Consumo de Drogas e de Bebidas Alcoólicas:

 

Em dezembro do ano de 2021, foi feita uma pesquisa pelo Instituto Brasileiro do Fígado (IBRAFIG), trazendo como resultado de que 55% (cinquenta e cinco por cento) da população brasileira, tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas. E que no transcorrer da pandemia, foram feitas entrevistas com várias pessoas da sociedade brasileira, onde as declarações obtidas trouxeram como resultado de que a ingestão alcoólica aumentou em 17,2% (dezessete virgula dois por cento). E de que este aumento, estava associado ao quadro de ansiedade grave, devido a obrigatoriedade do isolamento social. 

 

5. Aumento de Separações e Divórcios:

 

No ano de 2020, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram concedidos 331.200 divórcios. Quando os dados são alusivos aos divórcios judiciais, consta que houve uma queda de 13,6% (treze virgula seis por cento), em relação ao ano de 2019. Em contrapartida, quanto aos divórcios extrajudiciais, ou seja, também chamados ou conhecidos como “Consensuais”, que podem ser realizados em Cartórios, houve o acréscimo de 1,1% (um virgula um por cento). 

De todos estes divórcios ou separações conjugais, consta que 49,8% (quarenta e nove virgula oito por cento) dos casais, tinham menos de dez anos de convivência marital. Trazendo ainda como resultado desta mesma pesquisa, que os homens tinham em média 43 anos de idade, enquanto que as mulheres 40 anos. 

 

6. Aumento de Agressividade contra a Mulher:

 

A agressão a mulher e o aumento da prática do feminicídio (com a morte da mulher), já vinha aumentando gradativamente no Brasil, independentemente do surgimento e da atuação do Coronavirus. Mas, até o mês de agosto do ano de 2021, atingimos o percentual de 24,4% (vinte e quatro virgula quatro por cento) de mulheres que sofreram agressões e violências terríveis. O que significa dizer, que o montante de 17 milhões de mulheres foram agredidas fisicamente, sexualmente e/ou psicologicamente. Não devendo ser esquecido, que em muitos destes casos, houve a prática do feminicídio, quando o marido ou companheiro tira a vida de sua mulher. A pesquisa também apresentou, que todas as vítimas estavam na faixa etária acima dos seus 16 anos de idade.

 

7. Aumento do número de Óbitos durante a Pandemia: 

 

Desde o dia em que fomos informados, de que um novo vírus havia chegado em território brasileiro e, sabendo-se de que era muito contagiante e com forte poder de vitimizar fatalmente as pessoas que fossem infectadas, temos sido informados por meio de registros, que a Pandemia no Brasil, levou 678.715 mortos por Covid-19 (lembrando da observação que fizemos anteriormente e foram confirmadas em muitos casos). Dados estes fornecidos pelo boletim epidemiológico que foi divulgado hoje (1º de novembro) pelo Ministério da Saúde (MS). O número total de casos confirmados por esta doença é de 33.855.964. Ainda, segundo o boletim, 32.421.379 pessoas se recuperaram da doença e 755.870 casos estão em acompanhamento. No levantamento de hoje, não consta atualização dos dados de óbitos em Mato Grosso do Sul. Os números em geral são menores aos domingos, segundas-feiras ou nos dias seguintes aos feriados em razão da redução de equipes para a alimentação dos dados. 

Quando os dados sobre estas mortes, voltam-se para os Estados brasileiros, o boletim epidemiológico registra com dados mais recentes, de que São Paulo lidera o número de óbitos com: 172.947, sendo seguido pelo Rio de Janeiro, com: 74.840 e Minas Gerais: 62.958. Registra-se também, que o menor número de mortes está nos Estados do Acre, com 2.018, o Amapá com 2.151 e Roraima, com 2.158.

Conclusão

 

Poderíamos aumentar e muito esta lista, com tantas coisas inovadoras que advieram com o surgimento deste vírus “infernal”, conhecido como Covid-19. Que nos trouxe até bons resultados, como listamos alguns aqui. Até mesmo para a economia do Brasil, com a criação de novas oportunidades para seus habitantes e trabalhadores. Simultaneamente, a sua chegada em nosso território, trouxe também consigo, muitas coisas drásticas, ruins e surpreendentes, com o resultado pior: um número exorbitante de mortes. 

E contrariando as informações primeiras que nos foram passadas, morreram pessoas de todas as faixas etárias, não só os acima de 60 anos de idade e com comorbidades. Penso, que o que fica para todos nós, os brasileiros, é que; independentemente de vírus ou de qualquer outro tipo de doença ou patologia que possa surgir (ou ressurgir no Brasil), daqui para frente, temos que aprender a tomarmos os devidos cuidados e prevenções, para não virmos a fazer parte desta lista de óbitos. 

 

  

 

EDUARDO VERONESE DA SILVA

Professor, Palestrante, Bacharel em Direito e Escritor

Pós-graduado em Direito Militar

 Pós-graduado em Dependência Química, Neurociência e Aprendizagem

 

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